sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Festinhas com adolescentes têm álcool, drogas e até striptease

O Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente da área Vila Luizão-Tutu revelou que adolescentes – em sua maioria alunos de colégios da região, já estão há algum tempo realizando festas particulares, denominadas de “resenhas”, onde são e consumidos álcool, drogas e acontece até striptease. Segundo o Conselho, a faixa etária dos frequentadores das baladas é de 10 a 18 anos, e os adolescentes que eventualmente decidem denunciar as festas ainda são vítimas de bullying (atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir).
De acordo com o coordenador do Conselho Tutelar da Vila Luizão, Valmir Mendes, as “festinhas” vêm acontecendo desde o mês de setembro. Ele explicou que os encontros marcados pela internet, por meio de bate-papos.
“De setembro até o final de dezembro, tomamos conhecimento de quatro dessas festas envolvendo crianças e adolescentes. Normalmente um maior de idade reserva a casa de eventos e negocia com o dono para que ele fique com o lucro da venda de bebidas, enquanto os alunos ficam com a renda da portaria”, declarou Mendes.
Segundo o conselheiro, durante as fiscalizações, ocorridas após denúncias anônimas, foram apreendidos vários recipientes contendo “loló”, cerveja e cachaça.
Ele disse que as festas acontecem geralmente à tarde e à noite, nos mais diversos bairros, como Planalto Turu, Cohab, Divineia e Sol e Mar.
“Nosso maior problema quanto a poder contar com os órgãos competentes. Nessas ações, sempre chamamos a PM. Porém, a PM é sempre a última a chegar. Tivemos informações de que policiais recebem dinheiro para não autuar o dono da festa ou proprietário do local. Certa vez, levamos um adolescente para a Decop, por dar bebida a uma menina de 12 anos, e o delegado não quis autuá-lo. Alegou que ele também era uma vítima e nos fez levá-lo para casa. Depois, esse mesmo jovem, que é usuário de drogas, passou a nos fazer constantes ameaças”, contou Valmir Mendes.
Striptease – O conselheiro disse que é absurda a quantidade de crianças entre 10 e 12 anos que são encontradas nessas “festinhas” ingerindo álcool.
Ele afirmou que uma jovem já teria feito striptease em uma das festas, alegando para os pais que o fato só ocorreu porque puseram algo em sua bebida.
Outra situação descrita pelo conselheiro foi de que uma outra jovem foi encontrada nua num matagal próximo à Vila Luizão, após ter participado de uma “resenha”.
“Não sabemos se ela foi estuprada porque devido à repercussão os pais não quiseram fazer o exame de conjunção carnal. Tiraram a menina da escola e se mudaram do bairro”, afirmou Mendes, que disse ainda que o Conselho Tutelar já se reuniu com a PM, a Delegacia de Costumes e a Promotoria da Educação, e esses órgãos já se comprometeram a fechar os bares próximos das escolas na região da Vila Luizão-Turu.
Porém, segundo o conselheiro, os representantes desses órgãos disseram não ter conhecimento das “festinhas” promovidas pelos adolescentes.
Para Mendes, é muito difícil o Conselho Tutelar se antecipar e impedir as festas, devido ao sigilo na promoção das mesmas – garantido com ameaças e agressão dos organizadores aos alunos que deixam vazar antecipadamente a realização das “resenhas”.
By : Jully Camilo

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